sábado, 12 de outubro de 2019

Compreenda a comunicação - comportamentos comunicativos

Há alguns anos, a Telefônica fez essa propaganda em homenagem ao dia das mães. Assista pela diversão e observe as formas de comunicação que o menino usa para tentar (sem muito sucesso 😅) dizer ao pai que está com fome e quer tomar sua mamadeira.


Esse pequeno vídeo tem muito a nos ensinar sobre comunicação e os recursos que alguém que não consegue falar lança mão para tentar comunicar sua mensagem. Se conseguisse falar, seria prontamente atendido.

Porém, na ausência da fala, a criança usou gestos, mostrou a barriga (para dizer que estava com fome ou queria comer), apontou para a vaca de pelúcia, a vaca decorativa na parede, o quadro com o copo de leite, a página de jornal em que havia uma foto de vacas pastando no campo e a chamada da reportagem em que a palavra "leite" estava escrita em letras grandes.  Depois de tentar de tantas formas sem ser compreendido, sucumbe e chora.

Mas, como um comunicador persistente, tenta mais uma vez, apontando para o sutiã.

Se prestarmos bem a atenção, há uma série de comportamentos nesse pequeno vídeo que nós também devemos atentar nas interações com pessoas que não oralizam e não conseguem usar a fala ou a escrita para se comunicar (ou não o fazem isso de modo muito eficiente com palavras faladas ou escritas), a saber:

- Movimentos corporais
- Sons e vocalizações
- Expressões faciais
- Contato visual
- Gestos
- Símbolos
Lembre-se que um símbolo tem um caráter representacional - a vaca representa leite e a palavra leite escrita também tem um caráter representacional.

Podemos compreender muito sobre os estados e as intenções de pessoas que não conseguem se comunicar muito bem por meio da fala se observarmos esses comportamentos.

E, quando esses comportamentos não forem convencionais, socialmente aceitos ou efetivos para favorecer a comunicação, nossa tarefa é ensinar o caminho para uma comunicação convencional, como quando usamos gestos e o olhar, bem como simbólica, ou seja, mediada por imagens e vocalizadores, como ocorre na Comunicação Aumentativa e Alternativa.

Comecemos por compreender as múltiplas formas de comunicação. Acredite nada é por acaso ou aleatório na comunicação. Presuma competência sempre!

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Processo de implementação de CAA - Avaliação

Como iniciar e o que fazer


Uma das questões mais inquietantes para famílias e profissionais que implementam a CAA para mediar o desenvolvimento da comunicação e da linguagem é ter uma visão ampla sobre como iniciar e o que fazer. 

Ao pesquisar e propor uma pesquisa-ação sobre o tema na minha tese de doutorado*, organizei a estrutura fluxos que está no gráfico abaixo. Cada uma dessas etapas, leva a outros tantos desdobramentos, é claro! 





Comece pela avaliação


Quero destacar a importância da avaliação das habilidades iniciais de comunicação e linguagem. Essa avaliação inicial é importante para nortear quanto a objetivos a perseguir e, depois, quanto à definição de recursos e estratégias que possam levar à concretização de avanços que queremos.

No processo de avaliação de habilidades iniciais, gosto muito de uma ferramenta, a Matriz de Comunicação** [site disponível em inglês e espanhol: www.communicationmatrix.org]. 

A Matriz de Comunicação é uma ferramenta de avaliação gratuita para ajudar famílias e profissionais a entender facilmente como está a comunicação, refletir sobre o progresso e as necessidades exclusivas de qualquer pessoa que esteja nos estágios iniciais da comunicação ou empregando outras formas de comunicação que não sejam falar ou escrever.

A Matriz de Comunicação define:

- as quatro razões principais que nos motivam a nos comunicar

Quatro razões que nos motivam para a comunicação


Sem motivação não há aprendizagem. Por isso, compreender o que pode motivar uma pessoa a se comunicar é uma questão essencial para pensar promover e fazer avançar a comunicação.


REJEITAR 
Recusar o que não se quer
       Expressar incômodo
       Protestar
       Recusar ou negar algo

OBTER (obter o que se quer)
   Expressar satisfação
   Continuar uma ação
   Obter mais de algo
   Pedir mais ação
   Escolher
   Pedir um objeto novo
 Pedir objetos que estão fora do alcance
INTERAGIR SOCIALMENTE
    Expressar interesse por outros
    Chamar atenção
    Pedir atenção
    Mostrar afeto
    Saudar outras pessoas
    Oferecer ou compartilhar coisas
    Dirigir a atenção de alguém a algo
    Usar fórmulas sociais educadas
OBTER E TROCAR INFORMAÇÃO
 Responder a perguntas de “Sim” e “Não”
  Perguntar (“Quem?”, “Onde?”...)
  Nomear objetos e pessoas
  Fazer comentários


Crianças e pessoas com autismo, em geral, desenvolvem como mais facilidade habilidades referentes a "rejeitar" e "obter". E, os maiores desafios envolvem as habilidades para "interagir socialmente" e "obter e trocar informação". Porém, para um trabalho efetivo para o desenvolvimento da comunicação, não podemos deixar nenhuma dessas áreas de fora. 

A comunicação entre pessoas está largamente relacionada ao fortalecimento das interações sociais. Também, obter e trocar informações estão na base para a aprendizagem e desenvolvimento de uma gama diversa de conhecimento e outras habilidades. Não é verdade?

Aproveite para pensar também como é a sua interação com sua criança, estudante ou paciente. Dar o exemplo é essencial!

* Para acessar o texto completo, siga esse link: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/152752

** A Matriz de Comunicação foi publicada pela primeira vez em 1990, revisada em 1996 e em 2004 pela terapeuta de fala e linguagem Dra. Charity Rowland da Universidade de Ciências da Saúde de Oregon nos EUA.

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

CAA e os sistemas simbólicos

Anteriormente, expliquei um pouco sobre a importância dos símbolos no desenvolvimento da comunicação e da linguagem - confira aqui.

Também comentei sobre o portal ARASAAC onde é possível obter símbolos gratuitamente.

Relembrando:

  • A Comunicação Aumentativa e Alternativa envolve o uso integrado de símbolos, recursos, técnicas e estratégias. 
Fonte: Arquivo pessoal (Renata C. S. Bonotto)


  • Língua e linguagem se estruturam por meio de símbolos. Então, uma imagem pode funcionar como símbolo e, por isso, os pictogramas são muito utilizados na CAA. 
Além do ARASAAC, que já escrevi a respeito aqui, há outros sistemas simbólicos como podemos ver na imagem abaixo.


Fonte: Página da ISAAC Brasil no Facebook - homenagem ao Dia das Mães
https://www.facebook.com/isaacbrasil.ca


SCLERA 

É um sistema simbólico oferecido gratuitamente. É particularmente interessante para quem tem algum nível de deficiência visual. As imagens com contraste favorecem pessoas com baixa visão. Encontre outros símbolos gratuitamente na página oficial do projeto: www.sclera.be ou em aplicativos como o Picto4Me, disponível em português em https://www.picto4.me/site .

PCS

PCS é a sigla para Picture Communication System, em português, sistema de comunicação por figuras. Pertence hoje à empresa Tobii Dynavox [https://goboardmaker.com/pages/picture-communication-symbols]. PCS é o pacote de símbolos utilizado em várias aplicações de CAA, como o Boardmaker, o Communicator e o Snap+Core.

WIDGIT

Widgit é um sistema simbólico muito usado na Europa. A empresa tem base no Reino Unido. Anteriormente, esse pacote de símbolos era conhecido como Widgit Rebus. A empresa mantém um site para usuários de símbolos onde materiais são disponibilizados de forma gratuita (mas, em inglês apenas). Confira em  https://symbolworld.org

SYMBOLSTIX

Symbolstix é o pacote de símbolos da N2Y [https://www.n2y.com/who-we-are/]. No Brasil, encontramos esses símbolos em aplicativos de CAA como o Livox [https://livox.com.br/] e o Sonoflex [https://apps.apple.com/us/app/sono-flex-bp/id562578933]

BLISS

Com início na década de 70, Bliss constitui um dos primeiros pacotes de símbolos usados como apoio à comunicação de pessoas com limitações na fala. Possui uma organização gráfica e semântica. Saiba mais no site: https://www.blissonline.se/

Com certeza, há outros sistemas simbólicos disponíveis por aí, mas, o mais importante é lembrar que quando organizamos os símbolos para apoiar a comunicação de alguém com dificuldades na área da linguagem e comunicação, devemos manter uma consistência para que os sentidos permanecem estáveis e, consequentemente, favoreçam a comunicação dos usuários de CAA.

Até logo!


quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Quem precisa de Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA)?

Uma das perguntas que mais ouço é "como saber quem deve usar Comunicação Aumentativa e Alternativa?"

Nesse caso, é interessante lembrar que a CAA tem duas faces: compreensão e expressão - duas faces da mesma moeda!

O primeiro A em Comunicação Aumentativa diz respeito ao apoio à compreensão, apoio à linguagem. É aumentativa (de aumentar) porque aumenta a possibilidade de compreensão e fornece auxílios extras para a pessoa com necessidades de comunicação complexas, como é o caso do autismo e outras condições em que a fala é afetada de algum modo.

O segundo A em Comunicação Alternativa diz respeito ao potencial da CAA apoiar a expressão, à possibilidade dos recursos desempenharem o papel de substituir a fala e, por isso, funcionarem como uma alternativa a ela, principalmente, naqueles casos, em que um indivíduo tem alguma limitação na fonoarticulação.



Assim, podemos dizer que qualquer pessoa que experimenta dificuldades tanto na compreensão quanto expressão (ou em ambas as áreas) pode se beneficiar do uso de CAA em alguma medida.

Para saber se um indivíduo é candidato à utilização de Comunicação Alternativa, as seguintes perguntas** podem ajudar:

•Ele/Ela não fala?
•Tem um atraso na fala?
•Tem uma fala incompreensível?
•Tem um vocabulário limitado (de 1 a 20 palavras)?
•Parece surda?
•Usa uma palavra, frase ou sentença uma vez e depois não mais?
•Usa a fala apenas para pedir algo que deseja muito?
•Faz pedidos (ex.: eu quero...) mas não comentários (ex.: "estou com sede", "estou com frio", "o almoço está delicioso")?
•Tem uma fala ecolálica, ou seja, repete palavras e frases que ouve?
•Tem dificuldades em fazer pedidos?
•Tem comportamentos difíceis de serem interpretados?
•Não responde a perguntas?
•Tem dificuldade na memória de curto prazo?
•Tem dificuldade em iniciar interações? Tem dificuldade em interagir com outras pessoas?
•Comunica-se apenas sobre tópicos específicos?
•Fica brava e frustrada por motivos desconhecidos?
•Fica brava e frustrada por motivos conhecidos, mas aparentemente razões que não fazem sentido?

Se a resposta para uma ou algumas dessas perguntas é sim, o indivíduo é um bom candidato ao uso da CAA. 

Um outro material interessante para consultar e usar também é Teste de Efetividade de CAA da Tobii Dynavox. Acesse nesse link: https://www.bit.ly/teste-efetividade-caa .

Tem dúvidas? Receio de que o uso desses apoios irá atrapalhar o desenvolvimento da fala? Medo que a criança/pessoa fique preguiçosa para falar? Pode ficar tranquilo/a, muitos estudos feitos ao longo do tempo, nunca identificaram qualquer risco ao desenvolvimento da fala. Muito pelo contrário, muitos estudos mostram que usuários de CAA podem desenvolver a fala e melhorar muito suas habilidades comunicativas. 

Comunicar é fundamental para desenvolver! Dê uma chance, aposte na CAA.


** Esse critério está descrito por Joanne Cafiero no livro Meaningful Exchanges for People with Autism: An introduction to Augmentative and Alternative Communication (2005, p. 19)

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Chegou outubro - o Mês Internacional de Conscientização sobre a Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA)!

Vou me puxar esse mês para compartilhar pílulas de informação sobre o tema.

Muito a ser feito para avançar nesse campo no Brasil, principalmente para chegar às pessoas com necessidades complexas de comunicação.😃
Por hoje, quero trazer uma definição de CAA.

Tenho certeza que há muitas coisas legais acontecendo nesse Brasilzão, então, aproveite você também para compartilhar sobre o que você faz e a importância da CAA para você.


😃

sábado, 18 de maio de 2019

Matriz de Comunicação - Curso em Macaé/RJ

O que é a Matriz de Comunicação?

A Matriz de Comunicação é um modelo de apoio para compreensão e avaliação do processo de desenvolvimento da linguagem em pessoas com necessidades complexas de comunicação bem como planejamento da intervenção.

Objetivos:
  • Compreender a comunicação e o seu desenvolvimento
  • Usar a Matriz de Comunicação como ferramenta de avaliação
  • Definir objetivos para a estimulação 
  • Construir um plano para o desenvolvimento da comunicação e da linguagem


Público-alvo: Profissionais da área da saúde e educação, estudantes de graduação nessas áreas e pais de pessoas com limitações na fala (Autismo, Paralisia Cerebral, Apraxia e síndromes com impactos na área da comunicação).

Data e horário: Sábado, 20 de julho de 2019, de 9h às 18h

Local: Ramada Plaza Macaé – Avenida Agenor Caldas, 249 | Imbetiba, Macaé - RJ

Plano de conteúdos e trabalho:

Introdução à Matriz de Comunicação
- Pesquisa que deu origem ao instrumento
- Estrutura do instrumento: 4 razões para se comunicar, 7 níveis de comunicação e 9 tipos de comportamentos comunicativos
- Público-alvo e aplicações possíveis

A Matriz de Comunicação
- Instrumento em português: revisão de questões (em relação ao instrumento original)
- Aplicação em papel e online
- Uso da ferramenta online
- Opções de visualização, impressão e acompanhamento na ferramenta online

Prática com a Matriz
- Estrutura para coleta de informações
- Formas de coleta: observação e condução da entrevista e registro de informações
- Dúvidas comuns e aspectos a atentar
- Como fazer o perfil manualmente

Interpretação dos resultados, Relatório e Planejamento da Intervenção
- Delineando o perfil de comunicação do sujeito
- Racional para a definição de objetivos de trabalho e intervenção
- Considerações para a intervenção considerando o perfil atual (Deficiência, Tecnologia Assistiva, Comunicação Aumentativa e Alternativa)
- Estrutura e modelo para escrita de relatório
- Modelo para Plano de Intervenção

Estudo de caso

Materiais:
     ·  Matriz de Comunicação versão em português, impressa com errata
     ·  Perfil da Matriz de Comunicação para preenchimento manual
     ·  Modelo de relatório
     ·  Modelo de plano de intervenção

Investimento:




À vista
(boleto ou cartão)
2x sem juros
(cartão)
Profissionais
R$ 190,00
R$ 250,00
Estudantes/Pais
R$ 210,00
Grupos (4 pessoas)
R$ 200,00


                                                                    Faça a sua inscrição aqui

Contato

(22) 999 880 648 (Joéli)
(51) 991 399 399 (Renata)

quinta-feira, 9 de maio de 2019

I love ARASAAC!

💕💕💕

A Comunicação Aumentativa e Alternativa envolve o uso integrado de quatro elementos: símbolos, recursos, técnicas e estratégias.

Hoje quero falar um pouco sobre os símbolos.

Mas, o que é um símbolo?


Um símbolo é qualquer coisa que representa. Os símbolos podem ser concretos ou abstratos

Um símbolo concreto representa o que parece ou se assemelha. Tem o som, textura, cheiro ou gosto daquilo que representa. Uma foto, um pictograma ou um desenho de um livro é um símbolo concreto. 

Sob uma perspectiva sensorial, um símbolo concreto pode ter a aparência, o som, o cheiro, o gosto, o contorno [a sensação/percepção tátil, auditiva, visual, proprioceptiva] daquilo que está representando.

Um símbolo abstrato também representa, mas não se parece nem tem o som, textura, cheiro ou gosto da aquilo que representa. A palavra “livro” escrita ou falada é um símbolo abstrato (porque não se parece em nada com um livro de verdade). Toda palavra escrita ou falada é um símbolo abstrato.

Sob uma perspectiva sensorial, um símbolo não tem a aparência, o som, o cheiro, o gosto, o contorno [a sensação/percepção tátil, auditiva, visual, proprioceptiva] daquilo que está representando, por isso, aprender os símbolos abstratos pode ser mais complexo que aprender os símbolos concreto e implica em um processo de ensino explícito e mediado.


Imagens: Autor pictgramas: Sergio Palao Procedência ARASAAC (http://www.arasaac.org) Licença: CC (BY-NC-SA)
Foto: Shutterstock 194002283_m


Por que se utiliza símbolos na CAA?


Eureca, essa pergunta é essencial! O mais importante sobre os símbolos e sua relação com a CAA é que uma língua e a linguagem se estrutura por meio de símbolos. A imagem pode funcionar como um símbolo.

O símbolo é, na sua forma mais elementar, uma forma de representação.  Assim, a fala, a escrita, alguns sinais, uma imagem, uma miniatura, um desenho, uma foto - todos são representações (ou seja, símbolos) com potencial de apoiar a comunicação e o desenvolvimento da linguagem.  

Quando uma pessoa tem limitações na fala ou quando ela ainda não é letrada, a CAA entra em campo como apoio para a comunicação e o desenvolvimento da linguagem em níveis mais elevados. Quando a pessoa não é alfabetizada, imagens, miniaturas e gestos podem ser utilizados como meios simbólicos para apoiar a comunicação. Quando a pessoa já é alfabetizada, ela pode utilizar a escrita ou até a escrita em combinação com vocalizadores para se comunicar, não necessitando tanto de imagens ou sinais. 

A fala e a escrita são formas de simbolização por excelência, por isso, ainda quando usamos imagens, fazemos em associação ao texto escrito e ao texto falado (nos vocalizadores). As imagens em associação ao texto escrito e falado são muito úteis para apoiar a aprendizagem de leitura e escrita (aliás, o letramento das pessoas usuárias da CAA é um tema quente que precisamos conversar muito a respeito!)

Em suma, sem símbolo, não há linguagem! [Mas, lembre-se, a comunicação é possível mesmo quando não há símbolos ;-)]

Agora, a pergunta que não quer calar quando pensamos na CAA...

Onde conseguir símbolos?


ARASAAC é como chamamos o Portal Aragonês de Símbolos de Comunicação Alternativa. O endereço do site é www.arasaac.org

O ARASAAC teve início com a proposta de desenvolver e disponibilizar símbolos para apoiar o desenvolvimento e utilização da CAA por meio de uma banco de imagens disponibilizados de forma gratuita. O ARASAAC teve início em (ano) e hoje conta com uma base de imagens de mais de (total) símbolos fornecidos gratuitamente

Esses símbolos são utilizados em várias aplicações de CAA e de apoio à aprendizagem que são disponibilizadas gratuitamente (como as aplicações Let me Talk, ABOARD, SCALA, PictoSelector, Picto4me, entre outras, que estão disponíveis em português). 

Hoje, é fácil usar a câmera do celular para fazer fotos ou mesmo, buscar todo o tipo de imagens no Google. Porém, no momento em a iniciativa teve início em 2007, não era bem assim. Fica evidente a grande importância do ARASAAC para a democratização do acesso a símbolos de CAA e a garantia do direito universal à comunicação. 

Essa iniciativa tem contribuído muitíssimo para o desenvolvimento da CAA em todo mundo beneficiando, assim, milhões de pessoas.

Por isso, digo e repito, eu amo o ARASAAC 💕💕. 

Te convido a fazer uma visitinha ao site e também seguí-los nas redes sociais. 

Site

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You Tube


segunda-feira, 29 de abril de 2019

Famílias precisam de orientação antes de comprar um aplicativo de comunicação


Recebi o texto abaixo do site de divulgação de notíicias e pesquisas sobre autismo SPECTRUM. Ahhhh, me despertou tantas reflexões! Resolvi traduzir e postar aqui para favorecer a reflexão de outras pessoas também. Nos outros posts, vou aproveitar para compartilhar minha opinião (e vivência) sobre os temas que estão aqui retratados. ;-)

ESCRITO POR CATHY BINGER  /  23 ABRIL 2019 


Muitas crianças com autismo têm pouca ou nenhuma fala, e suas famílias muitas vezes estão desesperadas para ajudá-las a se comunicar.

Na conectada dos dias de hoje, essas famílias provavelmente vão ouvir sobre uma variedade de aplicativos de comunicação - alguns especificamente voltados para crianças com autismo - disponíveis para dispositivos móveis, incluindo iPads. Em geral, o anúncio inclui um vídeo de uma criança que começa a se comunicar usando a saída de voz [vocalizador] do aplicativo e, sem esforço, pedindo um copo de suco ou dizendo, pela primeira vez, "eu te amo".

Que família, tendo condições de pagar, não compraria esse aplicativo?

O que não aparece nesses anúncios, no entanto, é o que acontece depois da compra. Embora a criança possa inicialmente se sentir atraída pelo aplicativo, a novidade geralmente se esvai antes que haja melhorias na comunicação. As famílias, sentindo-se decepcionadas e frustradas, recorrem frequentemente aos profissionais na escola ou na clínica para conseguir ajuda.

Se tiverem sorte, alguém encaminhará a família para um especialista em Comunicação Aumentativa e Alternativa, ou CAA. Os especialistas, geralmente fonoaudiólogos nos Estados Unidos, trabalham em escolas, contextos clínicos e consultórios particulares. Eles sabem como formas de comunicação não-verbais, como símbolos de figuras (imagens que representam palavras ou frases) e dispositivos de alta tecnologia com vocalizadores, podem ajudar algumas crianças a se comunicar.

Quando as famílias buscam a ajuda de especialistas de CAA para ajudar a “fazer este aplicativo funcionar”, os especialistas recomendam a mesma coisa: uma avaliação completa para determinar as melhores soluções de CAA para a criança - que pode não incluir o aplicativo caro família acabou de comprar.

Como especialista em CAA, vi esse cenário se repetir muitas vezes nos últimos 10 anos, desde que o primeiro aplicativo de comunicação robusta estreou há cerca de uma década. Embora esses tipos de programas de comunicação estejam disponíveis em dispositivos especializados caros há várias décadas, só recentemente o software se tornou disponível para dispositivos móveis - e a um custo menor, tornando os aplicativos mais acessíveis para as famílias que buscam soluções.

Embora os anúncios façam parecer que a comunicação usando a tecnologia é algo novo, os profissionais de CAA avaliam formalmente essas soluções há mais de três décadas. Uma vez concluída a avaliação, fazem recomendações fundamentadas no perfil individual da criança e nas necessidades da família.

O foco recente em aplicativos de CAA inverteu esse processo. As famílias geralmente compram o dispositivo e o aplicativo primeiro e só procuram ajuda profissional depois. Considerando os variados perfis de pessoas com autismo, as complexidades da comunicação e a singularidade das necessidades de cada família, não é de admirar que essa abordagem raramente funcione.

Profissionais da área da saúde e educação precisam estar cientes de que os pais estão sendo atraídos pela promessa de sucesso rápido. Eles devem antecipar isso, ajudar as famílias a entender que não há uma solução única para todos os casos e encaminhar as famílias para avaliações completas de CAA. Eles também devem aprender que nenhuma tecnologia, por melhor que seja a criança, consertará a comunicação sem ensino e personalização.

Acesso à inovação

Novas tecnologias trouxeram uma riqueza de benefícios para pessoas com autismo. As tecnologias móveis são mais acessíveis do que os dispositivos CAA altamente especializados, que podem custar mais de US$ 7.000 [aproximadamente, R$28.000,00] em comparação com US$ 300 a US$ 800 [R$1.200 a R$3.200] para um dispositivo móvel e um aplicativo.

Uma gama completa de opções de aplicativos sofisticados está disponível para dispositivos móveis e CAA, e as tecnologias móveis estão ajudando a naturalizar o uso da CAA, já que tablets e smartphones estão agora no centro das interações cotidianas. Em vez de usar um dispositivo incomum na sala de aula, essas crianças com autismo chegam a ser as crianças "legais" que usam iPads em sala de aula.

É importante ressaltar que a CAA também inclui soluções de baixa tecnologia, como pranchas de comunicação impressas em papel contendo letras, palavras escritas ou símbolos de figuras. E as pessoas também podem se comunicar usando CAA não assistida - isto é, usando o próprio corpo, usando gestos e língua de sinais.

Mesmo em nosso mundo de alta tecnologia, recursos de baixa tecnologia e sem tecnologia continuam sendo importantes. Por exemplo, algumas famílias podem relutar em levar um dispositivo caro para casa porque ele pode ser roubado ou não ser carregado devido à falta de eletricidade. Além disso, quando se trata de tecnologia, ocorrem falhas - portanto, todos precisam de um plano reserva. Os profissionais de CAA podem ajudar a garantir que as soluções em comunicação estejam à disposição quando um tablet não estiver disponível.

Aprendizagem e ensino

Os aplicativos de comunicação atuais raramente são intuitivos 1 . Quando crianças e adultos não são ensinados a usá-los, as tecnologias CAA acumulam poeira em uma prateleira 2 . Para promover uma comunicação bem-sucedida, é essencial o ensino de alta qualidade para a pessoa que usa o aplicativo e para seus parceiros de comunicação - membros da família, educadores, colegas.

A pessoa que usa CAA precisa aprender não apenas como operar a tecnologia, mas também os fundamentos da comunicação: com quem falar, quando falar, quais palavras usar e como formar  sentenças e criar histórias 3 . As crianças que usam CAA com sucesso normalmente recebem com regularidade instrução em CAA de um fonoaudiólogo que trabalhe na escola e, também, quando possível, através de serviços adicionais de um fonoaudiólogo particular.

E todos os outros também precisam aprender a se comunicar com as crianças que usam CAA. Mesmo intervenções simples que ensinam adultos e colegas sobre como fornecer tempo extra para comunicação e como modelar a comunicação usando o dispositivo podem ter impactos positivos e imensos na comunicação 4 . Essas ações práticas ajudam os parceiros de comunicação a identificar contextos para usar CAA, criar oportunidades para usá-la e praticar no uso de aplicativos e outras soluções em atividades cotidianas específicas, desde a leitura de uma história até a escolha do que vestir.

Abordagem personalizada

A necessidade de personalização afeta todos os aspectos da comunicação: tecnologia, ensino e contextos de comunicação.

As crianças com autismo raramente vêem melhorias se a tecnologia - o dispositivo móvel e o aplicativo - não tiver sido personalizada. Com base em suas necessidades, crianças autistas se beneficiam de diferentes aplicativos com recursos diferentes. Uma avaliação de CAA pode determinar as necessidades específicas de uma criança, como o tamanho e o número de símbolos que a criança pode gerenciar e o quão complexo o sistema deve ser.

Por exemplo, um estudante do ensino médio com autismo que tenha um alto quociente de inteligência pode exigir uma abordagem de ensino diferente e menos apoio do que um na pré-escola com a condição. Famílias de diferentes origens culturais, étnicas e linguísticas também podem ter diferentes sistemas de valores e expectativas para seus filhos. O ensino personalizado ajuda a garantir que as necessidades de cada família sejam atendidas 5 .

Para melhores resultados, também precisamos personalizar os contextos de comunicação. Por exemplo, quais atividades são divertidas, motivadoras e adequadas à idade da criança, e que necessidades de comunicação as crianças têm em várias situações? A criança precisa ser capaz de ir ao mercado sem ter uma crise, conversar com os colegas sobre música popular ou conversar com a família durante o jantar de domingo? Os especialistas em CAA podem ajudar famílias e crianças a identificar contextos importantes para comunicação e encontrar soluções eficazes.

As famílias, sem dúvida, continuarão a ouvir promessas convincentes de soluções rápidas. Educadores e profissionais de saúde devem fazer todo o possível para conectar as famílias aos especialistas de CAA e garantir uma avaliação antes de investir em um aplicativo específico. Mesmo depois de identificar o aplicativo certo, ensino regular e atenção personalizada a todos os aspectos da comunicação ainda são necessárias para ajudar as crianças a atingirem todo o seu potencial.

Cathy Binger é professora associada em Terapia da Fala e Linguagem na Universidade do Novo México.

REFERÊNCIAS:
1.      McNaughton D. and J. Light Augment. Altern. Commun. 29, 107-116 (2013) PubMed
2.      Johnson J.M. et al. Augment. Altern. Commun22, 85-99 (2006) PubMed
3.      Beukelman D. and P. Mirenda (2013) Augmentative and alternative communication: Supporting children and adults with complex communication needs. Baltimore, MD: Brookes Publishing.
4.      Binger C. et al. Am. J. Speech Lang. Pathol19, 108-120 (2010) PubMed
5.      Binger C. et al. Augment Altern. Commun24, 323-338 (2008) PubMed

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Como iniciar com a Comunicação Alternativa?

Durante a live no Lagarta Vira Pupa foi possível conversar sobre alguns aspectos relativos à Comunicação Alternativa. No entanto, porque o tempo é limitado, não dá para aprofundar tanto na resposta. Então, resolvi trazer algumas questões para cá e explorar um pouquinho mais que consegui na live e favorecer a continuidade das discussão de algum modo. Lá vai uma pergunta!



Vou começar a responder pontuando a nossa meta principal ao introduzir sistemas de CAA: Comunicação! E quando a isso, vale ressaltar que nos comunicamos de várias formas: através do olhar, através de gestos e através do uso de símbolos, sendo que a fala e a escrita são os principais meios simbólicos que existem.

Quando alguém, por algum motivos, não está conseguindo usar a fala de um modo compreensível a outros com quem se relaciona e também quando não sabe ou consegue escrever, podemos pensar em formas alternativas de comunicação. A área da Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) está especificamente comprometida com esse caminho!

Vamos considerar as possibilidades de usar imagens para nos auxiliar nesse processo de mediação da comunicação e então, vem a preocupação da Rosemary na pergunta acima: Começo com fotos? Que atividades ou situações de comunicação estabeleço como alvo ao iniciar? Vou me deter nessas duas questões nesse post.

1. Começo com fotos?


A utilização de fotos ou pictogramas é uma dúvida recorrente. Isso porque se fala de uma hierarquia de aprendizagem de símbolos.


No entanto, não significa que ao introduzir a CAA preciso fazer essa caminhada gradual como regra. Mais importante é observar a criança e suas habilidades e buscar um meio simbólico que, de fato, favoreça a comunicação.

Na minha prática, com o objetivo de estimular a comunicação, destaco que podemos e devemos usar todos as possibilidades disponíveis, tanto para fazer a criança compreender, quanto para auxiliar que ela se expresse. Vou dar alguns exemplos:

Abro a geladeira, tem aguá e suco, posso pegar cada um alternadamente e estimular a criança a fazer uma escolha:

       - Você quer água (trago a jarra ou garrafa com água) ou suco (trago a jarra ou garrafa com suco)?

A criança pode usar formas diferentes de responder: talvez ela só olhe, talvez ela toque ou tente pegar, talvez ela aponte, talvez ela emita algum som acompanhado de outra ação. Nessa situação, estou usando objetos reais.

Se, no entanto, estou tentando incrementar o uso de imagens para mediar a comunicação na ausência dos objetos concretos, eu posso ter na porta da geladeira uma foto ou pictograma para representar a água ou suco. Para suco e água, eu prefiro usar pictogramas - aliás, para tudo o que é muito recorrente e muito semelhante ao que poderia representar, sempre uso pictogramas. Os pictogramas de objetos concretos são mais fáceis de encontrar, generalizar e facilitam a construção de materiais, Mesmo quando a criança não reconhece de cara, é mais fácil ajudar a convencionar um sentido para a imagem/símbolo. Para ajudar nisso é que sempre utilizo texto para acompanhar as imagens, quer fotos ou pictogramas.

Autor pictogramas: Sergio Palao Procedência: ARASAAC (http://www.arasaac.org) Licença: CC (BY-NC-SA)

Eu também utilizo fotos em algumas situações e considero alguns aspectos, por exemplo:

- A foto ajuda na representação de itens muito específicos e pessoais como as pessoas da vida, pão de queijo, farofa, típicos da realidade e cultura no Brasil... Acaba sendo mais prático usar uma foto. No entanto, sempre presto atenção na qualidade da foto e evito fotos muito poluídas e com elementos confundidores próximos;

- As fotos possuem um nível de especificidade e detalhamento maior, então, se vou usar uma foto para fazer cartões de comunicação de 3x3 ou 5x5 cm, ela perdem muito em nitidez. Por isso, se tenho que usar fotos, priorizo formatos maiores com 9x13 e 10x15. E, é claro, utilizo texto junto para saber exatamente o que a foto representa; e

- Muitas crianças, em especial, conforme a idade, podem ter dificuldades quanto à discriminação figura e fundo ou dificuldades em foco atencional. Quando é o caso, ocasionalmente considero a utilização de fotos da própria criança e em tamanhos maiores, por exemplo, para organizar sua rotina. Assim, implemento um recurso de apoio à comunicação e também favoreço o desenvolvimento de foco atencional que também trará benefícios em outros momentos e outras situações.

Vamos à segunda questão.

2. Com quais atividades ou situações de comunicação começo?


Começo com o que motiva a comunicar e gera interesse! Então, preciso me observar e perguntar: o que a criança gosta de comer, beber e fazer em seu tempo livre. O que desperta seu interesse e atenção?

Para crianças muito pequenas, aquilo que ela gosta de comer e beber e os brinquedos e atividades de lazer constituem as portas de entrada para muitas interações e oportunidades de comunicação. Para qualquer pessoa, é importante coletar informações sobre comidas, bebidas, brinquedos, brincadeiras, objetos, atividades recreativas, lugares, pessoas da vida e rotina da semana (inclusive fim de semana).

Com essas informações,

- Organizar a rotina visual do dia ou da semana. Com crianças bem pequenas, inicio com o dia e com o avanço da compreensão do sistema visual, amplio para toda a semana;

- Providenciar símbolos de todo vocabulário útil e motivador - às vezes, já começo com alta tecnologia com um aplicativo em tablet ou, então, é providencio cartões de comunicação e disponho em algum tipo de suporte: um chaveiro, uma pasta, prancha ou livro de comunicação, por exemplo.

Além de explorar os interesses e motivações para favorecer a comunicação e promover a interação a partir da rotina, considero muito útil implementar apoios visuais para atividades de vida diária. Esses recursos podem ajudar muito no desenvolvimento da autonomia. Uso muito e sempre recomento os desenhos roteirizados do site Autismo Projeto Integrar. Para conferir o material disponível (lavar as mãos, tomar banho, escovar os dentes, entre outros), acesse aqui.


Espero que essas informações iniciais sejam úteis.

E, você que já tem experiência com a implementação da CAA, como iniciou? Compartilha sua experiência nos comentários. ;-)

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Lagarta vira Papo sobre Comunicação Alternativa 2

E para tirar a poeira desse espaço em alto estilo...

Voltei à pagina Lagarta vira Pupa com a Andrea Werner para falar sobre Comunicação Alternativa mais uma vez!



A live está disponível na página do Lagarta vira Pupa no Facebook. Segue o link para acessar ;-)

Quem quiser conferir nosso primeiro bate papo, que aconteceu 2016 - o tempo voa! - pode acessar aqui.

domingo, 17 de março de 2019

Curso no Rio - 28 e 29 de junho de 2019


DIFICULDADES NA COMUNICAÇÃO E NA LINGUAGEM:
AVALIAÇÃO, RECURSOS E ESTRATÉGIAS PRÁTICAS DE INTERVENÇÃO



Data: 28 e 29 de junho de 2019

Local: BarraLife Medical Center 
            Av. Armando Lombardi, 1000 - Barra da Tijuca, Rio de Janeiro - RJ                 

Público-alvo: Profissionais da área da saúde e educação, estudantes de graduação e familiares de crianças com autismo e outras condições que envolvem dificuldades na comunicação.

Conteúdos Desenvolvidos:
ü  A Matriz de Comunicação (Rowland, 2006)
ü  Interpretação dos resultados, relatório e planejamento da intervenção para o desenvolvimento da comunicação
ü  Desenvolvimento da Comunicação e da Linguagem
ü  Deficiência e Transtornos da Comunicação e da Linguagem
ü  Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA)
ü  Avaliação das necessidades em CAA     
ü  Estratégias de implementação da CAA

Investimento
ü  Profissionais - R$790,00
ü  Estudantes, pais, professores, sócios da ISAAC - R$ 690,00
ü  Grupos (4 ou mais pessoas) - R$520,00
           Pague em até 12x com seu cartão de crédito, se preferir!


Quantidade de vagas: 40


Ministrantes

Renata Costa de Sá Bonotto
Linguista, Licenciada em Letras (UFRGS)
Mestre em Estudos da Linguagem/Linguística Aplicada (UFRGS)
Doutora em Informática na Educação (UFRGS) com a tese sobre o uso da Comunicação Alternativa no contexto da família por crianças autistas.
Membro da ISAAC-Brasil (International Society for Augmentative and Alternative Communication) 

Patrícia Blasquez Olmedo
Fonoaudióloga (CRFa 1-11809)
Mestre em Educação - Educação Inclusiva e Processos Educacionais (UERJ) com a dissertação a formação de educadores em Comunicação Alternativa para crianças com autismo
Especialista em Educação Especial (UNIRIO)
Membro da ISAAC-Brasil (International Society for Augmentative and Alternative Communication)


Mais informações:

(21) 988 993 160 - Patrícia
(51) 991 399 399 - Renata
alternativainclusiva@gmail.com